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Relato da
Cicloviagem
Rio de Janeiro
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Ouro Preto - Junho de 2006
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1°Dia -
Rio de
Janeiro
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Monte Serrat
16/07/2006
Para quem mora no centro do Rio de Janeiro o trecho até santa
Cruz da Serra no município de Caxias, é o mais arriscado. Como
não era a primeira vez que iríamos fazer esta viagem e tínhamos
a opção de carona para pularmos este trecho perigoso e minimizar
os riscos da expedição, iniciamos a pedalada as 4:30 da manhã,
saindo da entrada de Santa Cruz da Serra a 1.5 Km antes do
pedágio da Br040. Pouco antes da entrada para a cidade de Xerém
começa a subida da serra de Petrópolis, o Trecho da serra até o
Portal da Cidade de Petrópolis é de 22.7Km com inclinação de
moderada a forte e sem acostamento, com fluxo intenso de
caminhões e carros, redobrar atenção na passagem pelo túnel. Mas
todo esforço e risco é recompensador as 2 horas que passamos
subindo a serra é de pura contemplação. Acabada a serra o trecho
até o centro de Petrópolis é só descida. Após pequena pausa para
café seguimos pela estrada União Industria sentido Itaipava, em
um trecho só de descida até passar por Itaipava. Seguindo sempre
em frente em um trecho plano e com fluxo de caminhões chegamos
em Pedro do Rio, onde fizemos pequena parada e a partir deste
ponto seguimos por um trecho da Estrada Real.
Nos primeiro 20Km até
Sebollas, andamos a maior parte em estrada de asfalto e pouco
movimentada, com uma subida mais forte logo nos primeiros
quilômetros. Estrada com muita sombra, pouco carro, cidades
pacatas e 8Km antes da cidade de Sebollas começa a estrada de
terra, que não esta muito danificada e possui construções
centenárias pelo caminho, como uma casa que servia de pouso para
viajantes e tropas, alem de podermos observar construções de
engenharia para contenção de encostas e melhorias da estrada,
datadas a mais de duzentos anos. Chegando em Sebollas fomos
direto ao refugio da Rita que fica no centro de Sebollas,
refugio mágico, começando pelas pessoas que lá moram, que já
fazem parte dos nossos corações a algum tempo. Após comermos
como reis uma comida Fantástica feita pelas mão da Virginia, nos
despedimos e explicamos que não poderíamos fazer pouso lá
naquela noite, pois tínhamos cinco dias parta chegar a Ouro
Preto, não daria tempo, ainda mais sabendo que não da vontade de
sair de lá. Então seguimos viagem, mas antes visitamos o museu
de Tiradentes e demos uma volta pala praça.
O trecho a seguir de 16Km até Paraíba do Sul é todo em asfalto
novíssimo e a maior parte de descida, passando por vilarejos
seculares como Queima Sangue, Fernadó e fazendas que compõem
todo o cenário da descida. Depois de passar pela ponte sobre o
Rio Paraíba do Sul e pelo centro da cidade, seguimos em direção
a BR 393 e atravessamos a BR entrando para a estrada de terra
sentido Recanto Sarandi. Antes de entrar para o próximo trecho
reabastecer em Paraíba do Sul, pois esta estrada tem
aproximadamente 18Km de terra acidentada e com uma subida forte
nos primeiros 5Km, estrada maravilhosa com muita sombra, e
varias fazendas, mas sem nenhum comércio, fonte de água potável
visível e pouco fluxo de pessoas. Começamos a perceber que
estamos chegando na divisa de estado com Minas Gerais, pois
começa a surgir na paisagem paredões de pedra imensos, e a
estrada vira para e esquerda e quando avistamos a Pedra do
Paraibuna sabíamos que estávamos chegando ao local onde faríamos
o primeiro pouso.
Depois desta linda
estrada de terra, entramos em um asfalto ondulado margeando o
Rio Paraibuna até a Igreja de Monte Serrat, logo depois a
esquerda é a entrada para a cidade de Afonso Arinos e seguindo
em frente atravessamos a ponte sobre o Rio Paraibuna, entramos a
direita logo após a ponte, já no Estado de Minas Gerais. Onde
fizemos pouso no Hotel Fazenda Santa Helena, onde somos sempre
bem recebido pela a família proprietária do paraíso. Um Forte
abraço a todos.
2° Dia - Monte Serrat _
Santos Dumont 17/07/2006
Ótima noite de sono, abastecido com um delicioso café da manhã,
bagagem recolocada no bagageiro, uma breve preparação e Tudo
pronto para que as 10 horas saíssemos em direção Juiz de Fora,
seguindo pela estrada União Industria, toda asfaltada e com
pouco transito.
Percorremos fáceis 12Km
passando por Simão Pereira e trechos com comércio na beira da
estrada até atravessarmos por de baixo da BR 040, e seguimos
1,5Km pelo acostamento da Br 040, onde logo após passamos pelo
pedágio da rodovia seguimos sentido Cotegipe, assim saímos da Br
040 e voltamos para União Industria, passando por fazendas
Históricas. Alguns Km depois de passar pela entrada de Cotegipe,
seguimos sempre em frente passando novamente por debaixo da
Br040 seguindo sentido Matias Barbosa.
Uma pequena pausa em Matias Barbosa, ajudou para enfrentarmos a
suave serra de aproximados 5Km que nos espera antes de Juiz de
Fora. Após a serra a direita é a entrada para Bicas, então
seguimos em frente e logo passamos pela primeira usina
hidroelétrica da América do Sul e mais 13Km chegamos na região
central de Juiz de Fora, onde almoçamos e descansamos para
encarar o trecho de BR 040 até santos Dumont.
Optamos pela BR porque
se tentássemos pela cidade de Coronel Pacheco aumentaria a
viajem e tínhamos pouco tempo até Ouro Preto, então almoçamos e
seguimos as placas para Belo Horizonte, chegamos na BR 040 e
encaramos aproximadamente 45Km até Santos Dumont, já no cair da
noite.
Chegamos na cidade e nos
Hospedamos próximo ao centro de Santos Dumont, dando por
encerrado o segundo dia.
3° Dia - Santos Dumont _
Mercês 18/07/2006
Saímos de Santos Dumont as 9H, percorrendo mais 11Km de BR040
até chegar a direita na entrada da estrada para Oliveiras
Fortes, seguimos por esta estrada toda asfaltada, com subidas e
decidas até chegar a simpática cidade de Oliveiras Fortes,
fizemos uma breve pausa para pedir informações sobre onde
deveríamos seguir e recebemos ótima noticia a estrada até Paiva
é só decida de asfalto. E ficamos mais felizes ainda quando
constatamos que realmente é só decida.
Ao chegar em Paiva
procuramos um lugar para ver o jogo da seleção brasileira pela
copa do mundo contra a Austrália, achamos a única padaria da
pequena cidade, e faltando poucos minutos para o inicio da
partida parece que toda cidade veio torcer aqui na padaria, e
tivemos uma ótima observação, as pessoas da cidade alem de
simpáticas são muito bonitas, principalmente as mulheres, é
difícil de esquecer aqueles rostos de pele macia e olhos claros.
Após o jogo, que deu a vitória para o Brasil de dois a zero,
seguimos sentido Mercês e com uma noticia menos agradável, é que
enfrentaríamos uma serra antes de Mercês, a não ser que
descobríssemos uma estrada de terra que é plana e corta um bom
caminho por meios de fazendas. Resolvemos fazer uma parada em um
ponto de ônibus, que tem uma frase escrita assim: “Felicidade
não é uma estação, mas um modo de se viajar”, ficamos ali poucos
minutos, o suficiente para observarmos uma estrada de terra que
se iniciava logo atrás do ponto de ônibus, só faltava alguém
passar para confirmar nossas suspeitas de que aquela era a
estrada que nos levaria facilmente até Mercês, então surgiram
pessoas saindo da estrada, e pronto seguimos por uma linda
estrada de terra até atravessarmos uma rodovia asfaltada e
continuamos por mais um trecho de terra passando por um fabrica
de tijolos, e chegando na cidade de Mercês, com sua imponente
igreja e população simpática.
Nos hospedamos em uma
pensão de um senhor muito simpático que nos recebeu muito bem.
Fim do terceiro dia de pedalada.
4° Dia - Mercês _ Catas Altas
da Noruega 19/07/2006
Iniciamos a pedalada às 8 horas, com uma suave neblina, entramos
na estrada de terra sentido Alto Rio Doce, nessa estrada
enfrentamos a serra mais forte, toda em estrada de terra e
passando por um trecho de mata fechada, e como era cedo a
neblina encobriu todo o visual.
Paramos no topo da serra para descansar e a neblina já havia se
dissipado, e a descida até a comunidade leiteira de Arco Verde é
linda cercada de fazendas e paisagens deslumbrantes. Fizemos uma
pequena pausa para café e seguimos em direção a Alto Rio Doce e
como o nome diz o Rio Doce é Alto mesmo, enfrentamos fortes
subidas passando por cachoeiras até chegar na cidade de Alto Rio
Doce onde almoçamos.
Prosseguimos agora em direção a Cipotânia, em uma estrada de
terra com poucas subidas e decidas, após passar por Cipotania
seguimos em direção Rio Espera, todo por estrada de terra,
resolvemos não entrar a esquerda em Rio espera e seguimos em
frente direto para Lamin.
Já era noite quando decidimos deixar Lamin em direção a Catas
Altas da Noruega, a estrada foi asfaltada recentemente, e tem
muitas subidas e decidas, e por volta das 8 horas da noite
chegamos a Catas Altas da Noruega e nos hospedamos em uma casa
de mais de duzentos anos de idade.
5° Dia - Catas Altas da Noruega _
Ouro Preto 20/07/2006
Antes da 7 horas da manha já estávamos na estrada para completar
o ultimo dia de pedalada, o trecho até Ouro Preto é todo em
estrada de terra e com muitas subidas e decidas. Antes de Santa
Rita existe uma serra maravilhosa que ao chegar no topo
recompensa todo esforço com o visual que se abre.
Fizemos uma pequena
pausa em Santa Rita e seguimos em direção Ouro Preto passando
por Chapada e Pela entrada da estrada de lavras Novas, a
paisagem que se abre é inspiradora, as formações rochosas
típicas da região vão ficando cada vez mais imponentes, e depois
de muitas subidas chegamos as Chapadas onde fizemos pequena
pausa para descanso e para brincar com o eco que se forma com as
prateleiras.
Chegamos na estrada que
liga Ouro Branco a Ouro Preto e seguimos sentido Ouro Preto, em
uma subida moderada, paramos no topo desta serra e depois daí é
só decida até Ouro Preto, onde chegamos na praça Tiradentes por
volta das 3:30 da tarde e fomos recebidos por Roberto Ribeiro da
Editora Casa 21, que nos hospedou em uma pousada, e demos por
encerrada a viagem.
A noite participamos do
lançamento do livro “Cidade do Ouro”da Editora casa 21, um belo
evento para coroar o fim da viagem. Esperamos que este relato
incentive aqueles que querem buscar seus horizontes.
Escrito por: Roberto
Dias
Fotos: Horacio Junior
Exploradores: Horacio
Junior / Roberto Dias / Thiago Gomes
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