Minha história com a bicicleta
não é diferente de qualquer outra pessoa. Começou na infância
como um desejo de criança que pede numa carta ao Papai Noel um
presente de Natal. Pelos meus cálculos, foi no inicio da década
de 80 ganhei minha primeira bicicleta. Para os olhos de um
menino, numa época sem computadores e vídeos games, a bicicleta
era o “brinquedo” mais cogitado e o fato de saber andar sem as
rodinhas era uma onda, para não ser zoado. Acho que isso não
mudou muito com o passar dos tempos.
Conforme
crescia minha vontade de pedalar ia além de uma volta no quarteirão, as manobras
e velocidade me davam o verdadeiro prazer de andar de bike. Então peguei uma BMX,
não era muito bom nas manobras, apesar de fazer tentar, mas o que gostava mesmo
era descer as ladeiras de garagens com a bicicleta, ai começarão os tombos. Com
a chegada dos vídeo games e vídeo cassetes, a bicicleta ficou um
pouco de lado. Mas quando o mountain bike ganhou força na Califórnia, e as
bicicletas com marchas começaram a chegar no Brasil, a paixão voltou. No inicio
eu não tinha bicicleta, mas minha irmã comprou uma bike de 18 marchas ROSA CHOCK,
na época a maioria das mountain bikes tinham cores "CHEGUEI", era verde limão, laranjão e
o rosa chock, mas eu não me importava e de vez em quando pegava a bicicleta rosa
chock da minha irmã para pedalar.
Mas
a grande descoberta, foi quando pensei na possibilidade de ir pedalando para
escola. Realmente sentia muita dificuldade de deslocamento e comecei a pensar na
bike como meio de locomoção. Nascido e criado no Rio, no inicio dos anos 90, tivemos o evento Eco 92 no
Rio e começava a se falar em mudanças climáticas, na época havia o El Niño. Ao
mesmo tempo descobria que estava com colesterol muito alto, sempre gostei de
comer e vivo acima do peso...rs. Então um belo dia fui pedalando para escola,
foi um sucesso pessoal e social. Ganhei tempo, economizei o dinheiro da
passagem, melhorei minha saúde e aparência. Para muitos na escola, o fato de
sair do bairro de Laranjeiras pedalando até Ipanema era uma proeza e chamava a
atenção, então fiquei "popular", fiz novas amizades e, é claro,
namorada...rs.
Mas não parou por ai, um amigo me chamou para
subir as Paineiras, uma montanha no Parque Nacional da Tijuca, onde há
cachoeiras e muito verde. A subida tem 12 km, chegando a mais de 450 metros de
altura acima do nível do mar. Foi um grande desafio e aprendi a usar
corretamente as marchas. Mas o que mudou foi a adrenalina da descida, me lembrou
os tempos de criança quando descia a ladeira da garagem do meu prédio, só que
durava muito mais tempo (vídeo).
Nessa época a Bike Cor de Rosa Chock já tinha sido roubada quando eu á prendi
num poste, ainda não consigo entender quem roubaria aquela bike, mas foi bom por
adquirir uma Caloi Aluminum. Bom o fim da Caloi Aluminum foi debaixo de um
ônibus, o pneu do ônibus também passou pelo meu pé e apesar da luxação,
graças a DEUS, não quebrei nenhum osso. Depois tive uma Harpy que acabei com o
quadro partindo-o no meio quando descia uma estrada de terra em Visconde de
Mauá. Não tinha muita pretensão, só queria me divertir.
Foi
com a Harpy que fiz minha primeira viagem de bicicleta (Cicloturismo
Registrado) em 96. Como não havia internet para poder
conhecer alguém que já havia feito uma viagem de bicicleta e pegar algumas
dicas, eu fui com a cara e a coragem. Resolvi pedalar até Maricá (45 km) e um
mês depois estava indo para Cabo Frio (184 km). Quando votei me senti um artista
pela forma que fui tratado, todo mundo queira ouvir a historia da viagem e ver as
fotos, muitas perguntas sobre a façanha, e acabei sendo referência para as outras
pessoas que queriam fazer o mesmo. Três meses após a minha chegada da
viagem, pedalei novamente para Cabo Frio com um grande amigo, que depois veio a
se tornar meu camarada de aventuras pelo Rio e minha referência em trilha de
bike. Com isso minha habilidade de
manobras e saltos melhorou e resolvi montar uma bicicleta personalizada, peguei
um quadro GT Tequesta de cromo-molibdênio e um conjunto Shimano Alivio. Vivia
descendo a Trilha da Vista Chinesa (downhill) e ficava dando voltas no circuito
que havia no Parque da Cidade feito nas terras do dono da Ciclo Ponto,
uma loja de bike que havia no Leblon. Bom, o
final dessa historia você conhece, é a Via Pedal.
Clique aqui par ver
as fotos de alguns pedais que eu fiz. Abraço.
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